sábado, 26 de abril de 2014

LIVRARIAS como espaços de LIBERDADE!




LIVRARIAS como espaços de LIBERDADE!

A Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro é um espaço de livraria especializada em autores e obras de e sobre Trás-os-Montes e Alto Douro. Por conseguinte, cerca de 100% das obras que acolhemos e disponibilizamos não se encontram nos hipermercados da cidade, nem da região, nem do País – e uma elevadíssima percentagem também não se encontram nas cadeias de livrarias nacionais nem em sites online.


Numa época em que a liberdade de expressão e de informação, consagrada na Constituição de 1976, se encontra na prática coarctada pelos grandes grupos de comunicação social generalista, detidos por grandes grupos económicos que os utilizam como veículos dos seus interesses. Em que o sistema de ensino cada vez mais tende a normalizar e uniformizar os alunos, através de exames únicos e de rankings de escolas nacionais. Em que vimos retroceder diversos direitos e garantias e espoliados das reformas os nossos pais e avós, justificados pela naturalização de falsas ideias e projectos hegemónicos. As livrarias independentes, oferecem um espaço de leituras alternativas, de cultura diversificada, plural, de diferentes perspectivas e opiniões, caleidoscópio de olhares e de correntes de sentimentos, de cidadania e saber pensar.

«A hipótese de que a pluralidade de ideias e expressões associada à edição seja reduzida em função de escolhas meramente mercantis é real e já pode comprovar-se na maioria das livrarias. Encontrar fundos de catálogo é tarefa muito difícil, ainda que falemos de livros dos mais importantes escritores portugueses das últimas décadas. Ampliando o arco temporal, a dificuldade acentua-se, e o mesmo acontece em áreas como a poesia, o ensaio, as ciências, as artes ou a filosofia. Tudo o que fuja á lógica da novidade tem menos espaço nas livrarias e o que não se vender rapidamente acabará por desaparecer. Resta saber se ainda podemos falar de um sector que divulga e disponibiliza ideias, pensamento e criação, assegurando-lhes circulação e alguma espécie de memória, ou se o mercado do livro é já outra coisa.» [Sara Figueiredo Costa, Le Monde Diplomatique – edição portuguesa, n.º 87, Janeiro 2014]

Restam e nascem, e resistem, algumas livrarias independentes, como espaços de LIBERDADE!

António Alberto Alves
25 de Abril de 2014

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