terça-feira, 20 de agosto de 2013

Ensaio sobre a Lucidez


“O Sacerdote Adriano Botelho” de Cláudio Carneiro

«Em véspera de completar 82 anos de vida, Cláudio Amílcar Carneiro que nasceu em Chacim (Macedo de Cavaleiros) e que entre 1955 e 1957, prestou serviço militar em Goa e Mormugão, (na Índia Portuguesa) acaba de publicar o livro da sua vida, com o título supra.
Tem 504 páginas, numa bem conseguida edição da Chiado Editora e representa um esforço intelectual digno do maior apreço por advir de um Transmontano que não teve tempo de ser menino, por serem sete irmãos e terem todos que ser pastores e obreiros da terra árida do nordeste Transmontano. Teve que completar a escola primária durante a preparação militar, em Bragança. E, anos depois de regressar ao velho continente, já marido e pai, conseguiu concluir o ensino secundário e matricular-se em direito na Universidade de Lisboa. (...)
Altino Moreira Cardoso, outro autor Duriense escreveu o prefácio e resume estas 500 páginas em poucas mas sugestivas palavras: «Se me fosse lícito colocar este livro de Cláudio Carneiro, lado a lado com a simbologia de Saramago, dar-lhe-ia o subtítulo de Ensaio sobre a Lucidez. A narrativa comenta os últimos oitenta anos de Portugal utilizando como pivô a biografia de uma Padre (Adriano Botelho) que paroquiou diversos anos na área da grande Lisboa. Ao seu jeito coloquial, com fundas raízes rurais transmontanas, Cláudio Carneiro apresenta o drama recorrente de um país enganado, quer em ditadura quer em democracia, por espertalhões político-militares e sempre com um inteligente toque irónico, sempre atento, informado e crítico».
Este Sacerdote cujo nome real foi Adriano da Silva Pereira Botelho, terá nascido e sido baptizado em 14 de Outubro de 1908. Frequentou a Escola Primária em Cascais. Já órfão de pai e mãe entrou no Seminário de Santarém e foi ordenado sacerdote em Março de 1931 pelo então D. Manuel Gonçalves Cerejeia, que veio a ser Patriarca de Lisboa. O padre Adriano celebrou a Missa Nova em 5 de Abril seguinte e permaneceu nesse Seminário até 1935, como professor e prefeito. Seguiram-se alguns anos como pároco de sucessivas freguesias: Mafra e Alcainça, Sobral de Abelheira, S. Domingos da Rana e Carcavelos. Em 1940 foi transferido para a freguesia de S. Pedro de Alcântara, onde começou a ser vigiado e perseguido pela dureza das suas homilias a favor dos pobres. Foram dramáticos os cerca de vinte anos que aí passou. A polícia política do Estado Novo acabou por desterrá-lo para a Patagónia, em 1961, de onde regressou em 1963. Cláudio Carneiro desenvolve, sempre em linguagem cristã e pedagogicamente irrepreensível, estes cerca de 80 anos de vida de um pároco de aldeia. (...)» Por Barroso da Fonte, Dr. [Notícias do Douro]

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